E os ingredientes?

Se você já faz cerveja em casa, esse post não é para você. Calma, aos poucos eu vou elevando o nível das postagens, mas como o propósito é ensinar uma pessoa a FAZER CERVEJA DO ABSOLUTO ZERO, preciso explicar tudo desde o comecinho.

Se este é o primeiro texto que você está lendo no meu blog, saiba que já escrevi outros dois sobre CURSOS CERVEJEIROS e EQUIPAMENTOS. Só clicar nos links!

Então vamos lá!

Basicamente são 4 os ingredientes para fazer uma receita de cerveja. Água, Malte de Cevada, Lúpulo e Fermento.

Água: Compõe mais de 90% da cerveja pronta. Ainda sem entrar em suas características que a tornam uma água adequada para a produção de cerveja, apenas saiba, por enquanto, que aquele galão de água filtrada é suficiente para iniciarmos no mundo da cerveja de panela, desde que seja incolor, inodora, isenta de microrganismos e livre de cloro. Quanto mais a gente for avançando nos assuntos, mais detalhes vamos aprendendo, e a água é um desses assuntos que possui uma infinidade de detalhes.

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Malte de Cevada: o grão de cevada passa por um processo de malteação, que é a germinação controlada do grão. O objetivo da malteação é o desenvolvimento de enzimas, cor e sabor. Existem vários processos desde a colheita até o ensacamento do produto final. Limpeza, Maceração, Germinação, Secagem, Desradiculação e Armazenamento.

Há basicamente 2 tipos de maltes de cevada. Maltes base e Maltes especiais. Os base são aqueles que compõem a receita em sua maior parte. Geralmente são os maltes que fornecem a maior quantidade de amido para conversão em açúcares. Os especiais são responsáveis para incrementar a cerveja com novos sabores, cores e aromas.

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Ramo de Cevada e Grãos de Cevada

Sabe aquela cervejinha preta? Ela possui maltes base e maltes especiais, torrados, para dar aquele aspecto escuro à cerveja. Mas a cerveja pode ter no máximo 2 maltes? Não! De maneira alguma! A minha Red Ale, por exemplo, possui 5 maltes diferentes. É uma explosão de sabores advindas dos maltes.

Para refletir: a minha Red Ale seria uma PENTA MALTE? Brincadeiras à parte, não caia em propaganda furada de cervejinha de massa que se auto intitula Duplo Malte. Usar mais de um malte na cerveja é bem comum.

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Lúpulo: é o ingrediente que está em mais evidência ultimamente. Muitos amantes da cerveja artesanal adoram beber IPAs. O objetivo principal do lúpulo é conferir amargor à cerveja. Sem o lúpulo, a cerveja seria um líquido bem doce. O lúpulo também contribui com aromas e sabores característicos, ajuda na estabilidade do colarinho, e dependendo da quantidade, tem efeito bacteriostático na cerveja.

São divididos em lúpulos de AMARGOR, lúpulos de AROMA e HÍBRIDOS. São adicionados durante a fervura do mosto, no início, meio ou fim. (não é uma regra)

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Lúpulo em pellets e flores

No mercado, são encontrados em flores ou pellets. Flores geralmente possuem um frescor mais acentuado, contudo é extremamente difícil achar, ao menos por aqui, exemplares que não tenham sofrido algum tipo de oxidação. Já os pellets, são lúpulos que foram processados, são embalados à vácuo e são melhores para armazenamento.

Fermentos ou Leveduras: é o ingrediente mais delicado do universo cervejeiro. É comum a gente escutar algo assim: “Eu só cozinho o mosto, quem faz a cerveja é a levedura.” Isso é verdade. A levedura é responsável por consumir os açúcares presentes no mostro e transformá-los em álcool + gás carbônico. Separamos as leveduras em 2 tipos: Lagers e Ales.

Quais as diferenças entre elas?

Ales possuem uma velocidade de fermentação mais rápida, tem maior tolerância ao álcool e trabalham numa faixa de temperatura que varia entre 18 e 24 graus.

Lagers floculam menos, precisam de maior tempo de maturação e trabalham numa faixa de temperatura entre 10 e 13 graus.

Cada tipo de fermento possui um conjunto de características. Uns tem maior tolerância ao álcool, outros produzem sabores e aromas específicos, alguns tem perfis neutros, e por aí vai.

Curiosidade: as leveduras são do Reino Fungi (fungos), e até o século XIX, quando Pasteur descobriu que as leveduras eram organismos vivos, os cervejeiros acreditavam que a fermentação era algo espontâneo, às vezes até mágico. Há relatos sobre qualidade de determinada cerveja estar atribuída à colher de madeira que o cervejeiro usava.

Por hoje é só! A próxima postagem indicarei livros sobre produção de cerveja, leituras mais técnicas, leituras mais descontraídas, leituras fáceis, leituras difíceis.

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